Antonio José – Coluna Síntese
De uns tempos para cá venho falando muito em nostalgia e de algum modo, relembro a fase em que falei nesta Coluna deste tema. Por mais de cinco meses a Síntese só trazia as Saudades que eu e meus leitores sentíamos de algo que o progresso ou a correria da vida nos roubou. Quero recordar hoje e fazer a exemplo do que aconteceu no passado, uma volta às minhas lembranças. Quando criança, morávamos na Rua 4 da Vila Cândida, no Lar Paraná e naquele terreno que hoje está a rodoviária era uma imensa plantação de soja ou trigo (conforme o tempo de plantio).
A “roça” separava o Lar Paraná do centro e os moradores chegavam até a cidade por um caminho em meio à lavoura. O trânsito de pedestres e ciclistas em horário de pico era grande, pela razão que por ali a distância era encurtada em quase 50%. Durante a minha infância passei por aquele caminho umas quatro vezes por dia, para ir/voltar da escola e também quando saía para vender alguma coisa com meu trabalho ambulante. Tenho uma lembrança deste lugar que me fascina até hoje e que me fez por muitas vezes pensar que a vida tinha mais sentido ali.
Toda vez que me sentia triste, aborrecido, angustiado – e criança também tem esses sentimentos – era no meio da soja ou do trigo, sentado em uma curva de terra, que me refazia. Parecia que olhar aquela imensidão de plantação me aproximava de Deus, esta presença me acalmava e saía dali saltitante, sorridente e extremamente feliz. Depois de crescido de vez em quando eu ia lá para ver se a magia ainda estava naquele local, me decepcionei porque não encontrava mais a beleza, a pureza dos meus tempos de menino. Descobri de forma assustadora que o que fazia daquela roça diferente e mágica, eram meus olhos de criança que, não me cobravam nada além daquele horizonte.











































































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