Que saudade do tempo antigo!

Coluna Síntese – Antonio José

Sempre nesta Coluna analiso acontecimentos que marcaram época, que fizeram parte de nossa vida, ou que está presente no nosso hoje, há duas edições porém, venho ficando cada vez mais nostálgico, com uma imensa vontade de voltar no tempo e olha que eu só tenho 32 ano, mas já são suficientes para querer brecar o tempo e se pudesse impediria de prosseguir nessa correria desenfreada à busca do progresso, se esquecendo do mais precioso bem que há na terra, o ser humano.

Não é sentimentalismo barato, é essencialmente, saudade de um tempo em que os membros de uma família ficavam mais tempo juntos, a vendinha do sítio era aconchegante e o torneio de futebol agitava o fim de semana. Em meio a esta tranquilidade não existia a informática, o computador não tomava nosso emprego e a simplicidade da vida fazia de todos nós vendedores de alegria. Quem não se lembra da chegada do circo que deixava toda molecada alvoroçada, o palhaço nem era tão engraçado e isso não importava, pois a vida tinha graça.

Já me perguntaram – alguns leitores da Síntese: Você é infeliz hoje? Não, muito pelo contrário, sou extremamente feliz, mas fico imaginando se a correria de hoje em dia vale a pena realmente, se não seria melhor reeditarmos o passado e desfrutarmos do que de melhor ele nos pode oferecer. Fico imaginando se é válido tanto corre-corre para podermos sobreviver, tanta luta para alcançarmos dias melhores. Todos nós hoje vivemos em função da informática, ficamos as vezes mais tempo com as máquinas do que com as pessoas e isso não me agrada nem um pouco. Será que vale a pena? Fiz esta coluna às 4 horas da manhã, após ter passado a noite trabalhando à frente de um computador. Que saudade do tempo antigo!

*Coluna Síntese, publicada no Jornal O LIBERAL impresso em 07 de julho de 1999.