Antonio José – Da Editoria
No Brasil há dia para tudo, não sabemos se nos outros países – desenvolvidos ou não – o mesmo acontece. Têm aquelas comemorações que ganharam as ruas e o inconsciente das pessoas, que são conhecidas de cor e salteadas: Dia das Mães, dos Pais, dos Namorados, do Trabalho, do Agricultor, da Mulher, do Estudante, da Secretária e do Professor, estão entre as mais comuns. O que muita gente não sabe é que, para cada dia tem pelo menos três comemorações diferentes.
Quem inventou isso também ninguém conhece, na maioria das vezes nem o profissional homenageado sabe e, muito menos a finalidade do dia específico. Em uma de suas crônicas o escritor Luiz Fernando Veríssimo, tenta explicar como tudo começou, com humor ele fala que os comerciantes precisavam de mais um Natal por ano, daí criaram o Dia das Mães.
No mês de maio temos dia de tanta coisa que seria impossível colocar tudo neste espaço, escolhemos porém, algumas comemorações um tanto curiosas: Dia da Comunidade (05), qual comunidade?; Dia do Silêncio (07), isso deve ser comemorado em hospitais; Dia da Vitória (08), vitória de quem ou do que?; Dia da Cavalaria (10), isso nem existe mais; Dia do Campo (10), campo de futebol, de golfe ou sítio?; Dia do Automóvel (13), se comemora deixando ele em casa pelo bem do planeta; Dia da Língua Nacional (21) é o português ora pois; Dia da Juventude Constitucionalista (23) juventude quer saber de balada apenas; Dia do Datilógrafo (24) não existe mais máquinas de escrever; Dia do Detento (24), parabéns… por estar preso; Dia do Vestibulando (24), se passar no vestibular vira universitário; Dia das Bandeiras (30), quais bandeiras?;
Notadamente, o que seria uma lembrança em forma de homenagem – com o excesso de datas –, acaba se tornando um serviço inútil. Como que qualquer profissional terá satisfação pela lembrança do seu dia e receber uma homenagem, se até o fato de ficar em silêncio, a vitória não específica e o detento têm o mesmo peso e medida? Isso só em maio é claro, consultando os 12 meses do ano os impropérios continuam e são cada vez mais absurdos. Importante lembrarmos que achamos até as datas famosas supracitadas desnecessárias. Nomear um dia para as mães, os pais, os professores etc… é muito pouco perante a grandiosidade de cada um e o pior é que acaba virando comércio.
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