Assessoria de Comunicação – Prefeitura Campo Mourão
O Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira, em Campo Mourão, recebeu a doação de parte do acervo pessoal de Nelson Bittencourt Prado, advogado, jornalista, ex-vereador e um dos primeiros historiadores da cidade. A entrega fez parte das atividades da 22ª Semana Nacional de Museus.
A coleção inclui documentos, manuscritos, livros, fotografias e outros materiais que registram décadas de pesquisas sobre a história de Campo Mourão. Prado começou a escrever sobre o município ainda na década de 1950, sendo autor de textos que resgataram fatos, personagens e marcos da formação regional. Como forma de homenagem, a antiga Rua das Palmeiras, no Lar Paraná, recebeu o nome dele.
“O acervo de Nelson Prado é um marco essencial de reconhecimento de um dos maiores homens que se dedicou à cultura local. Foi ele quem criou o brasão de Campo Mourão, em 1956, que permanece em uso até hoje”, afirmou o secretário municipal da Cultura, Roberto Cardoso.
Nascido em Guarapuava em 23 de julho de 1917, Prado teve formação nas áreas de Direito, Filosofia, Sociologia, Estatística e Administração Pública. Atuou na organização administrativa de diversos municípios do Paraná e deixou forte marca na vida pública Mourãoense.
Entre suas contribuições mais conhecidas está a criação do distrito de Piquirivaí, inclusive com a sugestão do nome. Foi vereador entre 1956 e 1959, período em que presidiu a Câmara Municipal e apresentou projetos voltados ao crescimento urbano e cultural da cidade — entre eles, a criação do Centro Municipal de Informações Culturais, embrião da atual Casa da Cultura.
Também teve forte atuação na imprensa local, como diretor e redator dos jornais Correio do Campo Mourão e Correio do Noroeste. Após a morte do então prefeito Roberto Brzezinski, chegou a assumir a presidência do Legislativo.
Na década de 1960, Prado propôs a instalação de um monumento no trevo da Estrada Boiadeira em homenagem à história do município. Em 1975, convidou o artista Poty Lazzarotto a visitar Campo Mourão, com quem escolheu a Praça São José para abrigar a futura obra — que, no entanto, nunca saiu do papel.
Outro projeto interrompido foi a publicação de um livro sobre a história local, resultado de anos de pesquisa. O trabalho não foi concluído em razão de problemas de saúde. Prado morreu em 19 de novembro de 1981, em Curitiba, aos 64 anos. Foi sepultado no Cemitério da Água Verde, na capital paranaense.
Comente este post