Assessoria de Comunicação – Sindicato Rural de Campo Mourão
Na V Feira do Agronegócio, Tecnologia e Inovação de Campo Mourão (FATI), que vai acontecer nos dias 4 e 5 de junho, o engenheiro agrônomo, mestre em negócios, professor universitário e consultor, João Berdu, vai proferir a palestra “O Mercado Regulado de Carbono”. Será no dia 6, das 14 às 15 horas, na Associação dos Engenheiros Agrônomos (Aeacm), onde acontecerá toda a programação da feira.
Desenvolvimento regional sustentável, redes de cooperação e mercado voluntário de carbono são os focos do palestrante. Berdu é o fundador da Jiantan (2023), com a métrica Bônus de Remoção de Carbono (BRC) que remunera o serviço ambiental de remoção de carbono prestado por áreas de mata nativa preservadas ou recuperadas segundo critérios técnicos apontados pelo Instituto Água e Terra do Paraná.
De 1992 até 1996 foi Coordenador Comercial da Divisão Seda da Cocamar, gerindo as relações comerciais com clientes na Itália, França, Coréia do Sul, Taiwan e Japão e com 1.500 produtores de casulos de seda. Em 1998 iniciou seu caminho no empreendedorismo, fundando a Bisa Overseas, que em 2009 se transformaria em Vale da Seda, com um interesse em sustentabilidade e redes de cooperação para adensamento da cadeia da seda no Brasil. De 1999 até 2002 foi fundador e sócio-gerente da Bisa Overseas Seta Brasiliana, empresa que comercializou a seda brasileira no mercado interno italiano.
Entre 2014 e 2022, o palestrante se dedicou ao estudo da possibilidade de monetização do serviço ambiental de remoção de carbono feito pelas amoreiras, participando em diversos congressos da International Silk Union e em reuniões com o coordenador da Câmara Técnica do Impacto Ambiental de Produtos da União Europeia.
Na sequência, João Berdu ampliou seu foco, deixando de lado o carbono sequestrado pelas amoreiras e focando na remuneração do serviço de remoção de carbono prestado por áreas de mata nativa em reserva legal e áreas de preservação permanente. Tudo em sintonia com o novo Código Florestal Brasileiro (de 2012) e com a Política de Pagamento de serviço ambiental (de 2021).
OPORTUNIDADE
O mercado de carbono no Brasil oferece uma oportunidade crescente para empresas de todos os portes e para produtores rurais contribuírem para a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, gerarem uma nova fonte de renda. Embora “compensar carbono” e “mercado de carbono” sejam termos muitas vezes associados às grandes corporações, essa iniciativa também é acessível para pequenos agentes que adotam práticas sustentáveis.
Produtores podem se beneficiar ao implementar estratégias que promovam a redução de emissões de carbono e o aumento do sequestro de CO₂. Isso já é uma realidade na vida de quem produz no Brasil, com o uso eficiente de fertilizantes, manejo de pastagens e reflorestamento com espécies nativas. Nos últimos anos, o setor agropecuário no Brasil tem incorporado tecnologias que contribuem para a redução de carbono. Um exemplo disso é o investimento em melhoramento genético do gado, permitindo o abate precoce, que reduz o tempo em que os animais emitem metano, um gás 30 vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono.
Além disso, o uso de adubos biológicos nitrogenados têm substituído fertilizantes químicos, diminuindo a emissão de óxido nitroso – um gás 300 vezes mais nocivo que o carbono.
A integração lavoura, pecuária e floresta bem como a recuperação de pastagens degradadas são ações técnica e economicamente viáveis que vêm sendo implementadas pelo agronegócio brasileiro que aumentou a produção sem desmatar nos últimos 50 anos.
Comente este post